NATIVA DA AMAZÔNIA, a árvore do jenipapo espalhou-se pelo Centro-Oeste e pelo Nordeste do Brasil, onde a polpa ácida e suculenta é consumida in natura ou aproveitada em sucos, compotas, geleias e doces cristalizados; apenas amassada com açúcar e levada à geladeira, ganha o nome de jenipapada. Cozida e misturada a mel e cachaça, transforma-se em um licor onipresente nos festejos de São João, na Bahia. Também no Nordeste, o xarope conhecido como “lambedor” e feito com mel e limão é usado contra a tosse. Vinda do tupi, a palavra jenipapo significa “fruto que serve para pintar”, devido à oxidação do ingrediente quando ainda não está maduro – segundo Luís da Câmara Cascudo em História da alimentação no Brasil, “pintavam-se os indígenas com sua polpa negro-azulada, resistente aos banhos durante dias”.